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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

CONSIDERAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD

Como já noticiado nos meios de comunicação, a EAD vem crescendo em ritmo espetacular. Dados apontam que até no final deste ano teremos cerca de um milhão de estudantes na EAD. Em vários blogs podemos encontrar dados sobre a EAD, e isso demonstra o quanto essa modalidade vem crescendo.
Um fator bastante importante é a concordância dos temas abordados no curso de Metodologia e Gestão para Educação a Distância e os próprios artigos dos blogs visitados. Assuntos como o papel do professor na EAD, as novas tecnologias voltadas para EAD são assuntos bastante abordados. Um assunto que teve uma grande repercussão foi a assinatura de um contrato da Anhanguera Educacional com o Google para que esta utilizasse a ferramenta Google Apps. Nesse modelo fica bem explícita a preocupação apenas com o conteúdo para os alunos deixando para outra empresa a organização e gerenciamento dos ambientes virtuais de aprendizagem – AVA. Segundo Luciano Sathler, que é diretor de Educação a Distância da Anhanguera, essa parceria tende a trazer novas inovações para a EAD e para a própria Anhanguera.
Fazendo referência ao aprendizado, o acesso aos blogs voltado para a EAD, é possível observar que existem vários questionamentos que fazem com que nós nos posicionamos em relação a esse tema. Contudo isso de certa maneira é uma forma bastante eficiente para o estudo da educação a distância, haja vista que, essa interação permite a troca de idéias e a analise de vários pontos de vista, que sim, em alguns momentos nos faz mudar de opinião e quebrar paradigmas.
Para tanto o acompanhamento da EAD em blogs e sites permite claro uma visão ampla do assunto e mais, uma visão de várias pessoas e de vários locais propiciando uma analise comparativa do desenvolvimento da EAD no Brasil. Outro fator importante é a participação junto a esses blogs, permitindo a interação entre as pessoas.
Ainda em se falando em educação a distancia, é de suma importância para nós professores a participação na JOVAED – Jornada Virtual ABED de Educação a Distância, onde nessa jornada, qualquer pessoa pode participar virtualmente de todas as atividades oferecidas, e, além disso, participar de atividades que foram itens abordados em nossas duas primeiras disciplinas do curso “A Educação a Distância no Brasil e no Mundo e Fundamentos, Políticas e Legislação em Educação a Distância”, atividades estas sendo síncronas e assíncronas em múltiplas plataformas, como nosso próprio curso.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Desafios da administração pública contemporânea

José Matias-Pereira

A gestão pública no Brasil é caracterizada atualmente pelo reconhecimento dos limites da sua atuação. Num contexto de pós-privatização e democratização política, a gestão pública é mediada pelo poder e pela ação das empresas privadas e das organizações no âmbito da sociedade civil. Existem evidências de que os processos de desestatização e democratização implementados ao longo das duas últimas décadas no país ainda não foram capazes de permitir a consolidação de uma rede de governança baseada nas relações do setor público com o setor privado e o terceiro setor. A configuração dessa rede de governança pública ainda não aderiu, no nível desejável, aos conceitos que condizem com o novo papel do Estado no mundo contemporâneo.
A literatura evidencia que as instituições e organizações públicas no Brasil, dispersas nos três níveis de governo — União, estados e municípios —, interagem de forma precária entre si. O Estado brasileiro possui uma administração pública ampla e complexa, cuja ação governamental é implementada por meio de elevado conjunto de órgãos, o que tende a dificultar a execução de planos, programas e projetos, mesmo quando existe disponibilidade de recursos financeiros para implantá-los.
Constata-se, assim, que o setor público brasileiro tem enormes dificuldades para tornar efetivas as ações que, em geral, são morosas e inflexíveis. Isso reflete na baixa capacidade de resposta da administração pública no atendimento das demandas da população. Realizar essas ações governamentais, entretanto, não é uma tarefa fácil. Fazer cortes e reduzir despesas públicas, estimular o crescimento acelerado da economia e combater a inflação ao mesmo tempo, promover a desburocratização, gerar estímulos para a inovação tecnológica ou implantar adequadamente os programas sociais e promover a redução da pobreza no país, por exemplo, não se concretizam pela manifestação da vontade do governante. Isso exige competência da administração pública.
É importante ressaltar que os programas e projetos com deficiências de gestão tendem a dificultar o alcance dos objetivos das políticas públicas, além de propiciar a geração de corrupção. A boa governança pública, nesse contexto, assume importância cada vez maior no que se refere às questões que envolvem as relações complexas que existe entre o Estado, o setor privado e o terceiro setor. Para isso o Estado precisa continuar buscando aperfeiçoar de forma contínua a organização estatal, para atuar de forma inteligente, capaz de mediar e induzir adequadamente a estratégia de desenvolvimento sustentável e a integração econômica.
Pode-se argumentar, por fim, que o principal desafio a ser superado pelo governo brasileiro, em parceria com o setor privado e o terceiro setor, é a consolidação e institucionalização do processo de governança pública no país. O cenário econômico e político atual, pressionado pelas exigências de mudanças internas e externas, revela-se promissor para deflagrar, a partir de uma manifestação clara de vontade política do governo, o processo de construção de uma forma inovadora de governança no setor público brasileiro.

José Matias-Pereira
Doutor em ciência política pela Universidade Complutense de Madri e pós-doutor em administração pela Universidade de São Paulo, professor pesquisador associado do programa de pós-graduação em contabilidade da Universidade de Brasília

Fonte: Correio Braziliense, 07/05/2011